segunda-feira, 17 de agosto de 2015

A IMAGEM DE DILMA SAIU "COLADA" NA CORRUPÇÃO DURANTE OS PROTESTOS



As manifestações contra o governo, em 26 Estados e no Distrito Federal, acenderam o sinal amarelo no Palácio do Planalto. A avaliação foi a de que os protestos conseguiram "colar" a imagem da presidente Dilma Rousseff e de seu padrinho, Luiz Inácio Lula da Silva, ao escândalo de corrupção da Petrobrás, principalmente na classe média. O governo acredita, ainda, que o PSDB "partidarizou" os movimentos, na tentativa de fazer avançar a tese do impeachment.

Em reunião com ministros que compõem a coordenação política, à noite, Dilma disse considerar que a população, embora insatisfeita, não vai apoiar iniciativas "golpistas". Mesmo assim, o diagnóstico foi o de que o governo enfrenta muitas dificuldades para vencer a batalha da comunicação e precisa tomar medidas de impacto para mostrar que entende o recado das ruas. Uma reforma administrativa, com corte de ministérios, está em estudo, mas Dilma ainda não bateu o martelo sobre o novo desenho da equipe.
Chamaram a atenção de ministros, nas manifestações de ontem, os bonecos de Dilma vestida de "irmã metralha" e do ex-presidente Lula com roupa de presidiário e a inscrição 13-171. Todos ali ficaram convencidos de que o desgaste do PT grudou não só em Lula como também em Dilma. Um auxiliar da presidente lembrou que o boneco de Lula custou caro (cerca de R$ 12 mil) e pode ter sido pago pela oposição.
A percepção do núcleo político foi a de que Dilma não conseguiu, até agora, transmitir a ideia de que a Operação Lava Jato, da Polícia Federal - responsável por desvendar o esquema de corrupção na Petrobrás - vai passar o País a limpo. Ao contrário: os protestos mostraram que a operação da Polícia Federal nocauteou o governo, Lula e o PT.O senador Aécio Neves (MG), presidente do PSDB e candidato derrotado na disputa de 2014, foi muito criticado na reunião do Palácio da Alvorada. Ministros disseram que Aécio e os senadores tucanos Aloizio Nunes Ferreira (SP) e José Serra (SP) tentaram "faturar" em cima das manifestações.
Para evitar "panelaços" e esvaziar a repercussão dos protestos, todos foram orientados a não dar entrevistas após o encontro com Dilma, que durou quase três horas. Coube ao titular de Comunicação Social, Edinho Silva, emitir um curto comentário sobre os atos.
"As manifestações de hoje (ontem) atestam a normalidade democrática no Brasil", disse Silva. "O governo mantém sua agenda de trabalho para, em breve, o País voltar a crescer, gerando emprego e distribuindo renda."No início da reunião, ministros avaliaram que os protestos deste domingo foram menores do que os ocorridos em abril. A Polícia Militar, porém, divulgou números indicando que o movimento foi maior.
 




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