sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Asteroide passará "de raspão" pela Terra em março



   Um asteroide de 30 metros de diâmetro passará "de raspão" pela Terra no dia 5 março deste ano.
Chamado 2013 TX68, ele estará a uma distância entre 14 milhões e 17 milhões de quilômetros do nosso planeta, o que é mais próximo do que a órbita de satélites geoestacionários.
O asteroide é observado há apenas alguns anos, por isso a incerteza quanto à distância que ele estará da Terra no começo do mês que vem. 
Não há chance de colisão nesta passagem do asteroide, segundo a Nasa.
Já em 28 de setembro de 2017, o mesmo asteroide passará novamente perto do nosso planeta e terá uma chance em 250 milhões de atingi-lo. Isso ainda é pouco para gerar preocupação. Para efeito de comparação, uma pessoa que aposta na Mega-Sena com seis números tem uma chance de ganhar em 50 milhões.
Nas passagens do asteroide previstas para 2046 e 2097, as probabilidades de impacto com o planeta são ainda menores.
Em fevereiro de 2013, um meteorito menor atingiu a cidade de Chelyabinsk, na Rússia, deixando 1.491 feridos e 720 estruturas abaladas.
Se o 2013 TX68 entrasse na atmosfera terrestre, ele produziria uma rajada de vento quase duas vezes mais forte do que a do meteoro de Chelyabinsk – e potencialmente mais danos.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Aliados aconselham Lula a admitir que reforma de sítio foi um 'presente'



  O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, atingido pela maior crise desde que deixou a Presidência, está sendo aconselhado por aliados e integrantes do governo Dilma Rousseff a adotar oficialmente a tese de que "recebeu de presente" a reforma feita no sítio que frequenta em Atibaia (SP), informou a Folha de São Paulo.
Contudo, essa linha de defesa ainda divide opiniões dentro do próprio PT e no entorno dele. Primeiro, há o temor de que as bases do partido não recebam bem esse discurso, que foge à tese de que a cúpula petista age em favor da legenda, não em benefício próprio.
O segundo empecilho está no fato de a Odebrecht já ter avisado que não assumirá publicamente que custeou a reforma. A decisão foi tomada internamente pela empreiteira e comunicada a pessoas próximas a Lula.
De acordo com a reportagem da Folha, testemunhas e depoimentos colhidos pelo Ministério Público, revelaram que uma espécie de consórcio informal de empresas (Odebrecht, OAS e Usina São Fernando) dirigidas por amigos do ex-presidente bancou as obras.

A ex-dona de uma loja de material de construção em Atibaia disse que a Odebrecht bancou R$ 500 mil em produtos para a obra. Um engenheiro da construtora admitiu ter participado da reforma, em "caráter informal".
O Instituto Lula diz que o ex-presidente frequenta o local, de propriedade de amigos da família, em dias de descanso. Um dos interlocutores do petista ouvido pela reportagem resumiu o estado de ânimo dos personagens envolvidos na aquisição e reforma do sítio: todos estão "em pânico" com o caso.
Ainda assim, pessoas próximas a Lula já começaram a testar a teoria. De acordo com a “Folha de São Paulo” desta quinta-feira (4), o ex-ministro Gilberto Carvalho, bastante próximo a ele, disse que seria "a coisa mais normal do mundo" se a Odebrecht tivesse bancado a reforma do sítio.
Nos bastidores, desde que o caso ganhou atenção, petistas de primeiro escalão têm citado que, entre ex-presidentes dos EUA, por exemplo, é comum o recebimento de presentes após o mandato.
Ainda segundo a “Folha”, no caso de Lula, a reforma começou no fim de 2010, quando ele ainda ocupava o Planalto. Para rebater esse ponto, Carvalho disse que a primeira vez que Lula esteve na chácara foi em 2011.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Delator detalha entrega de ‘pixulecos’ a Vaccari para campanha de 2010

O delator Milton Pascowitch, dono da Jamp Associados, afirmou ao juiz Sérgio Moro ter entregado R$ 10 milhões em dinheiro a João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, em uma "mala de rodinhas", com remessas em torno de R$ 500 mil levadas no diretório nacional do partido entre o fim de 2009 e meados de 2011 — o delator já havia citado a cifra de R$ 10 milhões em depoimento do ano passado. O dinheiro, segundo ele, era destinado às eleições de 2010 e correspondia a propinas de contratos com a Petrobras firmados pelas empresas Engevix, Hope e Personal. Outros R$ 4 milhões foram pagos na forma de doação eleitoral oficial, declarada ao Tribunal Superior Eleitoral. O total chegou a R$ 14 milhões.
— Eu entregava pessoalmente, levava numa malinha com rodinhas. Entregava dentro do diretório nacional do PT, na sala dele (Vaccari) — afirmou Pascowitch, que prestou depoimento nesta quarta-feira a Moro na ação da Operação Pixuleco, que levou à prisão o ex-ministro José Dirceu.
Pascovitch afirmou que os pagamentos a Vaccari passaram a ser feitos devido à necessidade de o partido receber o dinheiro para as eleições. Entre 2003 e 2009, afirmou, a propina era repassada ao grupo político do ex-ministro José Dirceu.
O delator confirmou ter atuado como operador no pagamento de propinas a políticos. Inicialmente, o dinheiro ao "grupo político" foi pago a Silvio Pereira, que foi secretário-geral nacional do PT e ao lobista Fernando Moura, que também assinou acordo de delação premiada na Operação Lava-Jato. Silvinho saiu de cena com o escândalo do mensalão. Pascovitch contou que em 2007 conheceu o ex-ministro José Dirceu e, a partir de então, passou a fazer os contatos diretamente com ele ou por meio de intermediários dele, como o irmão Luiz Eduardo de Oliveira e Silva e o assessor Roberto Marques.
Segundo o delator, a propina paga a Dirceu correspondia a 0,5% dos contratos firmados pela Engevix com a Petrobras e envolveu obras em várias refinarias, além do projeto Unidade de Tratamento de Gás Natural de Cacimbas em Linhares, no Espírito Santo, dividida em dois contratos - Cacimbas I e II.
Pascovitch contou ter iniciado os contatos na Petrobras por meio de Fernando Moura, a quem já conhecia, com o intuito de aumentar os negócios da Engevix com a estatal. Até 2003, a empresa tinha apenas alguns contratos na Transpetro. Em seguida, conheceu o gerente da Petrobras Pedro Barusco, com quem passou a jogar golfe.
— Eu me servia das informações de Barusco para passar a Fernando Moura, do grupo político. Eles as usavam para cobrar propinas — afirmou.
Foi Moura quem pediu a Pascowitch que passasse a atuar como operador de propinas também em contratos feitos por outras empresas, além da Engevix.
Ao juiz Sérgio Moro, o delator afirmou que a propina era de 1,5% do valor dos contratos com a Petrobras. Além do 0,5% dos políticos, entregue ao grupo de Dirceu, a "casa", formada pelos executivos da Petrobras, ficava com 0,5% e ele próprio com 0,5%, a título de remuneração pelo serviço.
Pascovitch pagava a propina ao grupo de Dirceu de diversas formas. Para Moura, diz ter pago diversas despesas pessoais dele e de seus parentes. Para Dirceu, pagou reformas na casa do ex-ministro em Vinhedo (SP) e simulou a compra de um sobrado da filha.
Os funcionários da Petrobras receberam em dinheiro dentro e fora do Brasil, em reforma de imóveis e em obras de arte.
Pascovitch disse que pagou no exterior US$ 380 mil dólares por obra de arte comprada no Brasil pelo ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque e uma escultura comprada em leilão de arte em São Paulo. Também repassou dinheiro para uma empresa de Duque, a D3TM, e pagou reformas de um apartamento dele em São Paulo.
Pedro Barusco, ex-gerente da Petrobras e também delator da Lava-Jato, recebeu US$ 860 mil em contas no exterior, além de pelo menos R$ 100 mil pagos em espécie no Brasil.